Não foi por acaso que o presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, compareceu ao treino da última sexta-feira (1º), no Ninho do Urubu. Há cerca de duas semanas o mandatário rubro-negro vem sendo alertado sobre problemas no elenco e na relação com a comissão técnica. No entanto, com o quinto vice-campeonato seguido, o dirigente prepara reformulações dentro e fora de campo.
A recusa de Landim em assumir presidência do conselho da Petrobrás não surpreendeu seus pares. Rodolfo vinha adotando postura pouco intervencionista nos últimos anos, apesar de expor suas ideias. Mas os problemas de relacionamento e a má gestão do departamento de futebol ganharam a política rubro-negro.
Uma das avaliações é que o elenco atual precisa de urgente reformulação. Paulo Sousa chegou ao clube com essa pauta como uma das suas missões. Assim, preferiu conhecer o grupo e testar atletas nos primeiros meses. Entretanto, com poucos resultados e muitas cobranças, jogadores contestaram a metodologia do português.
Ao tomarem conhecimento, líderes do time do Flamengo foram contra a perda de espaço e mudanças. Sem contar com o apoio esperado, o português acabou sendo considerado “culpado” e alvo de torcedores. Parte da imprensa também comprou o discurso dos atletas e piorou o ambiente.
Contudo, o caso vem de antes da chegada do treinador e a gerência do Flamengo estava ciente do problema. Como o portal GE relatou, há alguns grupos entre os atletas, outro problema que o vice-presidente Marcos Braz e o diretor Bruno Spindel não conseguiram resolver e se arrasta há dois anos.
Logo depois da derrota para o Atlético-MG, na Supercopa do Brasil, Rodolfo Landim foi avisado que havia um racha na equipe. Com aval de Landim e o departamento de futebol, o mister barrou os medalhões. O que não surtiu efeito.
Reformulações e mudanças de postura entram em pauta no Flamengo
Sem resultados, Rodolfo Landim passou a ser cobrado no Flamengo e adotou nova postura desde a semana passada. Com um grupo acima dos 30 anos, o Mundo Rubro Negro apurou que alguns dirigentes afirmaram que a “falta de fome de ganhar”, já dita algumas vezes por Paulo Sousa, não é apenas retórica.
O dirigente acompanhou o último treino antes da final a fim de demonstrar apoio às mudanças. Contudo, após o vice, a atuação do departamento de futebol vem sendo muito criticada nos corredores do clube. Correntes defendem a troca dos gestores a fim de dar um “choque” no elenco e novo tipo de relacionamento.
Os defensores de mudanças mais radicais lembram que os problemas no vestiário permanecem desde os tempos de Domenèc Torrent. Com Rogério Ceni, que manifestava desagrado mas por ter bom diálogo com grupo conseguiu trabalhar, também.
A chegada de Renato Gaúcho tinha como ideia melhorar este ambiente, por sua fama de bom relacionamento com jogadores. O que de fato aconteceu relativamente bem. Porém, dentro de campo o Flamengo piorou e externamente o clima ficou insustentável e virou a chave para as mudanças urgentes.
A reformulação do elenco já começou e deve ter novos nomes nas próximas semanas a pedido do próprio Rodolfo Landim. Mas o técnico, junto ao departamento de futebol, dependem do sucesso destas ações para sobrevivência no Flamengo.
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