Desde que o zagueiro Gustavo Henrique foi cortado de última hora no confronto contra o Atlético-GO e Arão passou a atuar na posição, Thiago Maia e João Gomes vêm jogando como titulares do Flamengo.
Além da partida em Goiânia, a dupla foi titular da equipe contra Talleres, São Paulo, Palmeiras e Athletico-PR. Totalizando cinco jogos seguidos. No período, o Flamengo apresentou altos e baixos no seu desempenho.
Nesse sentido, vamos analisar as atuações dos volantes rubro-negros e sua relação com o desempenho da equipe como um todo.
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João Gomes e Thiago Maia seguem precisando evoluir com bola
Dentro do modelo de Paulo Sousa, a participação dos volantes na saída de bola é essencial para o bom funcionamento da equipe em fase ofensiva. O Mister é adepto da saída em 3+2 na qual os dois volantes à frente do trio de zaga precisam gerar apoios frontais pelo corredor central e identificar vantagens para serem melhores acionados. Seja para retornarem rapidamente um passe de retorno para o zagueiro ou realizarem um domínio orientado com giro para iniciarem a segunda fase de construção da equipe.
Convido a leitor acessar o texto que abordo algumas características do volante Erick Pulgar (especulado no Flamengo durante o início da temporada) para melhor compreensão desses conceitos:
MRN Tático #2 – Pulgar é o volante que o Flamengo precisa em 2022?
A dupla de volantes ainda tem muitas dificuldades para colocar em prática essas ideias com bola. Tanto João, quanto Thiago conseguem se apresentar para o jogo por dentro, porém ambos não conseguem verticalizar o jogo de modo a facilitar o acionamento dos meias e atacantes no último terço. Isso tem a ver com a orientação após serem acionados, bem como o fundamento do passe sendo pressionado por um adversário.
Assim, Paulo Sousa vem buscando soluções para facilitar a construção da equipe em organização ofensiva. Dentre elas, a que mais deu certo até agora foi o posicionamento de Everton Ribeiro mais próximo dos volantes. O camisa 7 tem grande facilidade para receber de costas e rapidamente acelerar o jogo, em especial quando recebe de Arão e aciona o lado esquerdo da equipe. No período, o Flamengo conseguiu chegar as redes duas vezes desta forma.
Dessa forma, o Flamengo vem conseguindo ser mais vertical nos últimos jogos, mas com Thiago Maia e João Gomes participando majoritariamente da organização ofensiva com passes de retorno ou horizontais.
Nos momentos de transição ofensiva, João Gomes e Thiago Maia por vezes conseguem acionar seus companheiros em último terço com passes verticais, em especial o jogador formado na Gávea. Contudo, precisam ter bastante espaço para realizar esse fundamento.
Dupla apresenta boa evolução sem bola
Se no momento ofensivo Thiago Maia e João Gomes ainda precisa apresentar mais recursos para atender aos pedidos de Paulo Sousa, sem bola existe uma nítida evolução em relação as outras duplas de volantes já testadas pelo treinador. Isso em partes tem relação com um novo plano de jogo do Mister, porém antes de mais nada, está relacionado ao melhor desempenho de ambos.
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Nos últimos três jogos, o Flamengo passou a se defender em muitos momentos numa espécie de 4-1-3-2. Em alguns momentos a dupla troca de função, mas normalmente João Gomes se torna um homem mais avançado, próxima da dupla de ataque, enquanto Thiago Maia fica mais recuado, buscando proteger a profundidade. Com isso, a equipe ganhou bastante intensidade para pressionar o adversário. Forçando passes longos ou até realizando desarmes. Esse comportamento foi mais efetivo contra Palmeiras e São Paulo.
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Além disso, ambos conseguem percorrer longas distâncias para proteger espaços às suas costas após subirem pressão. Dessa forma, caso não conseguiam constranger a posse de bola adversária na primeira fase de construção, recompõem a linha de meio campo sem deixar a região vulnerável.
Em transições defensivas, o padrão segue de evolução. Se no início da temporada o Flamengo sofria bastante com os largos espaços cedidos para seus adversários, com a dupla ajustada a nova formatação sem bola, as tomadas de decisão entre pressionar o pós-perda e proteger a proteger as costas tem evoluído. A única excessão a regra aconteceu no último sábado (23) contra o Atlhetico-PR, quando a dupla deixou o gramado ainda na metade do segundo tempo.
Por fim, porém não mais importante, a dupla tem evoluído nas abordagens durante os duelos defensivos Seja com desarmes e interceptações ou pela maior dificuldade de seus opositores conseguirem encontrar passes de ruptura, Thiago Maia e João Gomes facilitam bastante o trabalho da última linha defensiva. E isso está muito conectado a imposição física e tempo de antecipação de ambos os atletas.
Balanço geral do desempenho de João Gomes e Thiago Maia
Agora fica bastante óbvia a constatação que podemos tirar da dupla até aqui no Flamengo.
Com bola, a dupla precisa ser mais participativa e incisiva. Lidando melhor com a pressão adversária e se orientando da forma correta para acelerar as construções ofensivas da equipe.
Defensivamente, Thiago Maia e João Gomes hoje são os volantes mais adaptados as ideias de Paulo Sousa. Preenchendo bastante os espaços de uma equipe que ataca e defende de uma forma não tão compacta.
Enfim, erros e acertos que fazem parte do processo. Thiago Maia e João são dois jogadores numa engrenagem ainda em aperfeiçoamento. No qual ajustes precisam ser feitos para potencializar virtudes e mitigar defeitos na execução das ações em campo.
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