Por Diogo Almeida
Jogar mal e perder é sempre terrível para qualquer time de futebol. Pior do que jogar mal, porém, é não saber perder e começar a bater. A família brasileira, sempre tão atenta aos bons costumes, não consegue engolir essa falha de caráter.
Os grandes comentaristas esportivos se emocionam quando o Levante é derrotado para o Barcelona sem dar um pontapé. O cavalheirismo vitoriano é invocado para explicar a fleuma inglesa após fracassos e atropelos. Na França, e até mesmo na Alemanha, a ótima educação humanista deve explicar como os times aceitam calados a dor de uma goleada. E tudo isso é muito louvável.
E que bom que nós, brasileiros, somos os bastiões do jogo limpo aqui nessa América do Sul. E do futebol arte. E do entender o melhor em campo, o coletivo mais talentoso.
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Em contrapartida, nossos vizinhos argentinos e uruguaios são uns selvagens. Odiamos a forma primata com que eles encaram o jogo. Brutos, debochados, catimbeiros.
Desde o início dos tempos eles são assim. Por que eles são assim, pergunta a crítica ensandecida, após o gol da virada do time brasileiro nos minutos finais de uma grande decisão de Libertadores. Por que eles apelam tanto? Por que eles nunca sabem perder sem arrumar confusão?
Mas toda regra, é claro, tem uma exceção. Com o Flamengo tem de ser diferente.
Óbvio que ninguém pode perder para o Flamengo sem “sentir o jogo”! Contra o “Rubro-Negro do Rio de Janeiro” é preciso mostrar que não tem bobo no futebol.
Tudo bem que o time seja ruim. Bem… mesmo que seja péssimo. E daí? Pode ser horroroso, mal treinado, em crise.
Nada justifica que ao menos porrada falte contra o Flamengo. Quem enfrenta o Flamengo deve parar o jogo. E como o Flamengo joga muito, por que não usar de antijogo, picotar a partida?
Perder passivamente para o melhor time fora da Europa é um absurdo. Ficar na roda é só para os bobos que não param o jogo com falta.